sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Velhice




Sinceramente não consigo compreender a indiferença atual que existe para com as pessoas idosas, custa-me reparar que existem muitas por aí ao completo abandono, sem terem ninguém que as ajude, que as dê apoio agora que o corpo já começa a fraquejar. Dói quando se lê notícias de completo desprezo dos filhos em relação aos pais, da violência física e psicológica que muitos passam, das condições degradantes em que os familiares os colocam simplesmente porque aquele ser humano um dia passou, aos olhos deles, a ser um estorvo. O que é triste é que essas pessoas não se dão conta que um dia também estarão naquela situação, envelhecidos pelo tempo e pelo trabalho, fustigados pelo decorrer da vida porque essa, como sabemos, não é eterna. A cada dia que passa envelhecemos, dias passam a ser passado, o presente já não é presente e o futuro de há uns anos já é hoje. A morte um dia irá nos bater à porta, isso é certo, e nenhum de nós por mais que lute e bata o pé está imune, a vida é assim, fugidia, pequena, injusta, mas é exatamente por isso que lhe damos tanto valor . Sorte é dos que envelhecem, dos que chegam aos 80, 90, esses que tanto têm para contar, tantas memórias guardadas, esses que tanto fizeram e tanto vivenciaram, filhos tiveram, cuidaram e amaram, construíram castelos de vida, esperaram que o trabalho desse frutos, e tanto por nós fizeram...E o quê que nós fazemos por eles? Eu tento lhes dar todo o amor possível, acarinhá-los e respeitá-los porque um dia, aquele ser humano enfraquecido pelo tempo que alí vemos, irá sucumbir ao peso dos anos e a corrida chegará ao fim. 

1 comentário:

  1. Eu não tenho medo de morrer. Estatisticamente até já era para estar morto, num episódio que me fez ganhar um grande apego à vida. Mas tenho medo da velhice... entra-me uma nostalgia e cada vez que vou à aldeia e vejo os velhos de olhar vazio, encostados nas esquinas, penso que não quero morrer assim. :(

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